Parece que o ano finalmente começou para lançamentos de jogos. Quando deixamos nosso primeiro texto sobre o que jogamos no Xbox Game Pass, no final de janeiro, não havia novidades tão bombásticas chegando para as plataformas de videogames. Os meses de fevereiro e março, porém, foram marcados por alguns dos títulos que provavelmente figurarão entre os mais lembrados de 2022.
Elden Ring, Gran Turismo 7, Horizon Forbidden West e Kirby and the Forgotten Land estiveram nos holofotes por um tempo considerável, mas quem preferiu se focar em jogos oferecidos pelo serviço Xbox Game Pass não passou vontade. Nos últimos 60 dias, entraram para o serviço os inéditos Tunic, Total War: Warhammer III e FAR: Changing Tides. Além dos lançamentos, o serviço recebeu jogos de outros anos que ainda continuam relevantes, tais como Marvel’s Guardians of the Galaxy, Young Souls, Lightning Returns: Final Fantasy XIII e Paradise Killer.
Nos último anos, pelo menos um jogo relevante sobre fotografia é lançado: Umurangi Generation em 2020, New Pokémon Snap em 2021 e Pupperazzi em 2022. As semelhanças, porém, param por aí. Pupperazzi é um jogo mais simples, cujo objetivo é fotografar cachorros em diferentes situações. Não há nenhuma expressão política ou comportamentos específicos para cada criatura como nos outros títulos, mas há um pouco de variedade nas composições visuais por meio de diferentes cenários, climas e equipamentos.
De qualquer forma, se você gosta de bichinhos fofos se vestindo de formas engraçadas — ou está a procura de um jogo fácil para obter 1000 G —, vale a pena conferir Pupperazzi no Xbox One, Xbox Series, PC ou pelo serviço Xbox Cloud Gaming.
Outro título que eu gostaria de comentar por aqui é The Medium, jogo de survival horror da Bloober Team disponível no Xbox Game Pass desde seu lançamento até meados de fevereiro. Aqui interpretamos o papel de Marianne, uma moça que carrega muitos traumas de seu passado e que é capaz de viver experiências sobrenaturais graças a sua mediunidade. Sua perspectiva de câmera fixa e seu foco em quebra-cabeças e exploração remetem à saudosa franquia Silent Hill.
Sua principal característica revelada durante a campanha de marketing do jogo, entretanto, não funciona tão bem quanto deveria. Em diversos momentos, o jogo carrega simultaneamente dois mundos (o dos vivos e o dos mortos), propondo travessia e resolução de enigmas de forma cruzada, mas o ritmo é lento e desinteressante na maior parte do tempo. Há poucos inimigos e poucos momentos marcantes, o que faz de The Medium, com perdão do trocadilho, um jogo genuinamente mediano.
O EA Play, incluso com a assinatura Ultimate, me rendeu a melhor experiência cooperativa que já tive com videogames: It Takes Two. O vencedor do The Game Awards 2021 é tão incrível quanto diziam, e eu não poderia deixar de recomendá-lo para qualquer tipo de jogador ou jogadora. O jogo mistura elementos e mecânicas de plataforma e ação de uma forma genial, se reinventando quase que completamente a cada nova fase por meio da jogatina assimétrica entre os protagonistas Cody e May.
As fases brilham em estrutura, tema e visuais, e o jogo é um primor em aspectos técnicos também. Infelizmente, nem tudo são flores: os personagens são muito fracos, agindo de formas detestáveis em alguns momentos e fazendo da trama a porção mais descartável do jogo. Se você tem alguém por perto para jogar dividindo a tela, eu recomendo que o faça. Senão, você pode optar por jogá-lo no Xbox Game Pass com alguém já conhecido para dividir bons momentos no multiplayer cooperativo online.
Esqueça tudo aquilo que você conhece ou já ouviu falar sobre Minecraft, o jogo mais vendido de todos os tempos. Em Minecraft Dungeons, seu objetivo não será construir e sim explorar calabouços com muitos segredos e inimigos e que, no final, te recompensará com um bom loot para os desafios seguintes.
Com diversos mundos e uma boa variação de inimigos, o RPG é garantia de diversão graças à quantidade de conteúdo oferecido e por suas mecânicas bastante viciantes. Minecraft Dungeons, inclusive, pode ser jogado no modo cooperativo em cross-platform, sendo uma excelente pedida para passar tempo na companhia de boas amizades. Se você prefere se aventurar sem ajuda de outras pessoas, não se preocupe: até mesmo o modo solo é divertidíssimo. O jogo também conta com um DLC, que inclui mais mapas e uma dificuldade mais acentuada, estendendo o tempo de jogo após seu final.
Quando assinei o Xbox Game Pass, criei uma lista de jogos disponíveis que eu sempre quis jogar. Apesar de ter na lista jogos que estão no meu backlog há algum tempo, me deparei com Nobody Saves the World e, na hora, já fui capturada por proposta, remanejando-o para o topo de lista de prioridades. Fico muito contente por ter feito isso.
O mais recente lançamento da Drinkbox Studios chegou em janeiro de 2022 e mistura magia, aventura e muito bom humor. Ao acordar numa cabana sem lembrança nenhuma, o personagem Ninguém tenta descobrir quem ele é e o que aconteceu. Ao chegar no castelo, ele descobre que o mago Nostragamus está desaparecido e a Calamidade tomou conta do mundo. Quando é preso no calabouço do castelo, encontra uma varinha que lhe permite se transformar em diversas formas diferentes para que consiga desbravar o mundo, encontrar Nostragamus e lutar contra a Calamidade.
A localização do jogo para português brasileiro é incrível — piadas e expressões foram contextualizadas para nossa cultura de forma primorosa. O esquema de evolução das formas, combinação dos poderes e liberação de habilidades passivas torna possível uma build com uma égua que atira flechas, um “maromba” que invoca zumbis e muito mais. Os cenários diversificados exigem combinações criativas, sendo que cada calabouço nos dá estrelas para liberarmos mais missões principais e conseguir avançar na história. Até o momento, essa foi a melhor surpresa em games para mim este ano, portanto tenho recomendado para todos com quem converso.
Fevereiro e março foram meses relativamente lentos para os meus padrões de consumo do Game Pass. Além da vida real ter me chamado algumas vezes, passei boa parte do meu tempo dedicado a games com Pokémon Legends: Arceus, Sifu, Elden Ring e o novo jogo do Kirby.
Ainda assim, consegui zerar alguns títulos do catálogo aqui e ali. Em fevereiro, continuei a aventura do Agente 47 com Hitman II e fui jogando Mighty Goose de pouco em pouco. Em março, zerei Outriders cooperativamente com um amigo e desbravei o mundo misterioso de Tunic, que gostei muito no começo, mas achei cansativo perto do final.
Por fim, progredi em jogos que não consegui terminar até o final de março. Assim como a Marina, joguei um bom tanto de Nobody Saves the World, que é divertido e carismático, porém um pouco mais longo do que eu estava esperando. Também sofri com o comprimento de Yakuza 5. Basicamente, consegui jogar o primeiro ato do jogo, ou mais ou menos 1/4 dele. O jogo é uma evolução enorme em relação a seu predecessor, porém é bem mais longo e, inevitavelmente, Elden Ring me impediu de dedicar tempo a qualquer outro jogo de dezenas de horas.
Sinto que abril será outro mês de pouco Xbox Game Pass para mim — mas quem sabe em maio retomo meu ritmo.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm